Projeto Original
Versão enviada ao MEC – Março de 2012
'Resumo da Proposta
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O projeto ‘Pimentalab: conhecimento local e tecnologias digitais’ consiste na criação de uma ‘laboratório’ de oficinas de formação e intervenção sócio-cultural num território específico. Laboratório entendido como prática, ao invés de espaço físico.
A iniciativa efetiva-se através de oficinas de pesquisa-ação no Bairro dos Pimentas, em que os participantes irão experienciar, numa dinâmica simultaneamente prática e teórica, o uso de tecnologias digitais de informação e comunicação (sempre em software livre), visando à produção e sistematização de conhecimentos sobre problemas sociais da região.
Interessa-nos desenvolver metodologias participativas, em que as práticas de ensino, pesquisa e extensão estejam articuladas em todo o processo. A formação para a utilização das TICs está orientada por uma concepção de educação tecnológica em que os sujeitos são provocados a reconhecer as dimensões socio-políticas inscritas nesses dispositivos, incentivando-os à uma apropriação criativa que supera, portanto, o uso meramente ‘instrumental’ desses recursos.
Ao combinar diferentes linguagens na realização do projeto, em especial a fotografia, o video, o texto e a cartografia, através de softwares colaborativos na web e nos dispositivos móveis (smartphones), pretendemos dinamizar formas de conhecimento e expressão em que os saberes estéticos-sensíveis cotidianos articulam-se aos saberes formais-abstratos. Tal abertura é fundamental para que possamos reconhecer e dar existência tangível aos conhecimentos e práticas sociais locais. Com a propositura deste projeto, pretendemos dar mais consistência e persistência no tempo às iniciativas de extensão que estamos gestando. A concretização deste projeto permitirá, portanto, a instalação de um projeto que poderá se transformar num programa de extensão mais duradouro.
'Palavras-Chave
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ciência amadora, humanidades digitais, acesso ao cohecimento, imagem, crowdsourcing (colaboração distribuída/multidão)
'Informações Relevantes para Avaliação da Proposta
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Este projeto resulta da maturação de outras iniciativas de ensino, pesquisa e extensão, realizadas na EFLCH pelo proponente deste projeto. Nessas experiências, tanto em sala de aula quando no trabalho do grupo de pesquisa TransMediar, os modos de uso e apropriação das tecnologias digitais de comunicação estão no centro de nossas preocupações sobre a educação, a pesquisa científica e as práticas sócio-culturais, tendo como horizonte o enfretamento de problemas sociais. Alguns exemplos das ações em curso podem ser observadas nos seguintes links:
http://ensinosociologia.pimentalab.net
http://pt.wikiversity.org/wiki/Sociedade_e_Tecnologias_Digitais/2012
http://transmediar.pimentalab.net/wiki
http://conflitosocial.crowdmap.com
http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0062702EOV4GQX
Todos os softwares utilizados em nossos projetos são livres (GLP). Este é um princípio que orienta nossas ações educativas e de pesquisa, por considerarmos que os softwares livres estão alinhados com os valores e práticas de colaboração na produção de conhecimentos que desejamos fomentar. O projeto atual surge como desdobramento e aprofundamento daquelas iniciativas citadas. Em especial, os resultados alcançados com o nosso projeto de Monitoria realizado numa escola pública da Rede Estadual de São Paulo, incentivaram-nos a propor algo na mesma linha, porém agora voltado para um público mais amplo e com um programa de formação mais específico. O website com as fotografias e textos produzidos pelos estudantes da escola participante do projeto de Monitoria, bem como o link para o artigo que eles publicaram numa revista de jovens de circulação nacional pode ser visualizado neste link: http://faisca.pimentalab.net
O projeto ‘Pimentalab’ será executado por uma equipe formada por 4 estudantes da graduação da EFLCH e 1 professor doutor do Departamento de Ciências Sociais, coordenador e responsável geral pelo projeto. Contaremos ainda com o apoio de outros pesquisadores que já colaboram com nossas iniciativas. A relação entre a EFLCH e seu entorno (moradores, escolas, organizações sociais, hospital, comércio etc) é permeada por processos distintos e por vezes contraditórios. Ao escolhermos trabalhar com professores da rede pública e pessoas engajadas em organizações sociais da região, buscamos fortalecer as relações que já estamos fomentando a partir dos projetos de Estágio Supervisionado da Licenciatura em Ciências Sociais.
Nosso ‘laboratório’, portanto, está voltado ao desenvolvimento de uma metodologia de pesquisa-ação que poderá ser aplicado tanto nas escolas pelos professores do ensino médio (na forma de uma metodologia de ensino orientada pela pesquisa), quanto pelas organizações sociais da região no desenvolvimento de diagnósticos sociais e estratégias de ação em suas comunidades.
Para os estudantes extensionistas, esta iniciativa visa oferecer, portanto, um processo formativo de articulação efetiva entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Este é um desafio que se apresenta para nós na criação de um novo curso de ciências sociais cujo currículo propõem, de maneira inovadora, a combinação do bacharelado com a licenciatura.
O curso de Ciências Sociais inaugura suas atividades no ano de 2007. A partir de 2004 a Unifesp deu início ao processo de diversificação de seu campo de atuação (anteriormente concentrada na área da saúde), em sintonia com o Programa de Expansão das Universidades Públicas Federais e, a partir de 2008, com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Públicas – REUNI. O campus da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH), localizado no Bairro dos Pimentas, zona leste de Guarulhos, começa com quatro cursos (filosofia, historia, ciências sociais e pedagogia) e, dois anos mais tarde (2009), abre duas outras graduações (letras e história da arte). Além dos cursos e instalações anteriormente existentes na Vila Clementino em São Paulo (medicina, enfermagem, entre outros da área da saúde), neste processo de expansão também foram criados novos cursos e campi nos municípios de Santos, Diadema, São José dos Campos e mais recentemente em Osasco. Há ainda outros três campi em processo de implementação com atividades exclusivas de extensão, sendo dois no município de São Paulo (bairros de Santo Amaro e Itaquera) e outro no município de Embu das Artes.
O Bairro dos Pimentas, local escolhido para a implantação da EFLCH, é um dos mais populosos de Guarulhos. O campus fica a aproximadamente 15 km do centro de Guarulhos e 35 km do centro de São Paulo, exatamente entre as rodovias Airton Senna e Presidente Dutra. A estação de trem mais próxima fica no bairro de São Miguel Paulista, no município de São Paulo, cerca de 30 minutos de ônibus do campus. Os moradores dos Pimentas possuem inúmeros vínculos com o bairro de São Miguel Paulista, que ao concentrar um conjunto de serviços, atividades comerciais e acesso à via ferroviária/metroviária, configura-se como um importante pólo urbano (o centro de Guarulhos é mais distante). É um bairro que pela sua localização e modo de inserção no desenvolvimento sócio-econômico-espacial da Região Metropolitana de São Paulo, concentrou historicamente diversos processos de exclusão social: problemas de transporte, moradia, acesso à saúde e educação.
A partir do início do século XXI o Bairro dos Pimentas passou a receber maior atenção dos governos Municipal e Federal. Entre as recentes ações podemos destacar a construção de um hospital público administrado pela Unifesp, o campus da EFLCH e um conjunto de novos equipamentos públicos (novo terminal de ônibus) que irão se somar aos serviços já existentes na região (escolas públicas estaduais e municiais, creches e unidades básicas de saúde, entre outros).
Nesses poucos anos de existência da EFLCH já podemos observar uma intensa e rápida transformação no entorno. Porém, seria precipitado reduzi-la exclusivamente ao impacto do campus como principal indutor do dinamismo local, mesmo que tal fator não seja desprezível. Outros fatores como, a elevação da renda familiar nas classes C e D, a expansão no nível de emprego formal e as novas condições de consumo fomentadas nos últimos anos pelas políticas sociais e macro-econômicas do governo federal, talvez tenham maior relevância para a nova dinâmica do bairro. Destaco esses elementos sócio-econômicos da região porque eles terão um impacto importante na composição do corpo discente (poucos são do próprio bairro) e nas condições de participação e permanência estudantil nos cursos deste campus que, em suas várias dimensões (da física à cultural) ainda está no início de sua implementação.
O prédio principal ainda não teve sua construção iniciada. Por hora, todas as atividades estão concentradas em um prédio que foi adaptado para receber a EFLCH e em alguns espaços cedidas temporariamente pela CEU-Pimentas, vizinho ao nosso campus. A falta de espaços físicos é um fator de limitação para a realização de inúmeras atividades. Os principais problemas atualmente enfrentados pelos alunos relacionam-se ao transporte (longas jornadas para o deslocamento); ausência de moradia estudantil; saúde e auxílio financeiro. No ano passado, após uma longa greve estudantil, a universidade implementou uma séria de políticas voltadas à melhoria das condições para a permanência estudantil, seguindo as orientações mais amplas do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) do MEC. A atual Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis tem inovado na criação de mecanismos de consulta e avaliação participativos para a implementação dessas políticas. Houve significativos avanços, considerando as condições iniciais, com relação ao transporte (novos ônibus que ligam à estação de Metro em São Paulo), bolsas para moradia, bolsa transporte e bolsa alimentação e implementação de um serviço de saúde no campus. Os recursos financeiros também já foram disponibilizados para a construção da futura moradia estudantil na região.
A implementação de cursos com duas modalidades (bacharelado e licenciatura) também responde a uma urgente necessidade de ampliar e melhorar a qualidade da formação de professores para a educação básica. Os diagnósticos mais recentes sobre a situação da formação de professores no Brasil indicam um problema que está ganhando dimensões alarmantes: proporcionalmente à expansão do acesso à educação básica e ao crescimento do ensino superior, há cada vez menos estudantes que optam pela carreira docente. Tal quadro já ganhou contornos midiáticos diante do iminente risco de um “apagão de professores”. As razões do fenômeno são diversas: péssimas condições de trabalho, nível salarial, desvalorização social, entre outras. Além da necessidade imediada de fortalecer a formação de novos professores, o sistema educacional brasileiro ainda enfrenta como problema adicional o fato de que muitos dos professores em exercício não estão habilitados para a área de conhecimento em que lecionam. É dentro deste cenário, portanto, que o Pimentalab surge como uma iniciativa que visa dinamizar a relação entre a Universidade e seu entorno, tendo 2 eixos de ação: (a) articulação ensino, pesquisa e extensão como processo formativo/educacional e como metodologia de intervenção sócio-cultural; (b) articulação tecnologias digitais, formas de produção colaborativa de conhecimentos e modos de organização social potencializados através desses dispositivos.
'Público-Alvo
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O grupo de participantes/beneficiários DIRETOS do projeto será composto por pessoas distribuídas dentre as seguintes categorias: (a) Professores de escolas da rede pública (prioritariamente da área de Ciências Humanas do Ensino Médio) do Bairro dos Pimentas; (b) Lideranças comunitárias ou de movimentos sociais da região; (c) Jovens de grupos comunitários ou movimentos sociais da região.
Optamos, estrategicamente, em direcionar nossas atividades para a formação de agentes multiplicadores junto a organizações que atuam na região. Nossa relação com escolas públicas da região faz parte de nossas preocupações de intensificar o intercambio entre universidade e educação básica no sentido de criar oportunidades de formação continuada para os professores da rede e de melhor qualificar nossos estudantes em suas licenciaturas. Cada participante deverá, durante a execução do projeto, aplicá-lo em seu local de atuação, ampliando as condições de apropriação e multiplicação dos conteúdos e práticas desenvolvidas nas oficinas. Se formos considerar o público beneficiário INDIRETO, uma vez que optamos por trabalhar com agentes multiplicadores, teríamos que considerar outros números. No caso dos professores da rede pública (mínimo de 20), podemos considerar, numa estimativa conservadora, que cada um deles ministra 30hs/aula por semana. No caso das disciplinas da ciências humanas no Estado de São Paulo, isso significa 2 aulas por semana para cada turma, ou seja, teríamos 15 salas de aula. Sendo que cada sala de aula comporta em média 35 alunos, cada professor atende (num cálculo conservador) 525 alunos em sua disciplina. Se multiplicarmos este número por 20 teremos 10.500 estudantes indiretamente atingidos. Se ainda assim, contabilizarmos o público indireto que poderá ser beneficiada pela capacitação das lideranças sociais ou comunitárias, este número poderia facilmente dobrar.
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Justificativa
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Nosso projeto é motivado por um conjunto diversos fatores. Em primeiro lugar, concebemos a extensão universitária como um vetor que articula diferentes práticas, culturas e formas de conhecimento, impulsionando o desenvolvimento do ensino e da pesquisa científica a partir do seu contexto de inserção sócio-cultural. Neste sentido, nosso projeto de extensão se constitui como um processo formativo de mão-dupla, tanto para os executores do projeto como para o público participante. Ao intensificarmos o fluxo entre diferentes práticas culturais e saberes, pretendemos contribuir para emergência de outros conhecimentos e constituir caminhos de pesquisa e formação alternativos tanto para os estudantes extensionistas como para os sujeitos participantes.
O ‘Pimentalab’ inspira-se nas idéias de uma ‘ciência amadora’, de uma ‘educação-expandida’ ou de um ‘conhecimento hacker’. Ou seja, interessa-nos potencializar e organizar essas outras formas de conhecimentos produzidas de maneira não sistemática em nossa vida cotidiana, mas que, pela ausência de sistematização e expressão tangível são frequentementes perdidos.
Este segundo eixo de motivação, justifica-se pela percepção de que as tecnologias digitais contribuíram para o surgimento de novos circuitos de produção de conhecimentos. Neste contexto histórico, muitas vezes a própria universidade passa a ser questionada pela produção de ‘tecnocidadãos’, para usarmos um termo do historiador da ciência Antonio Lafuentes (2010). Os tecnocidadãos, na acepção deste autor, são indivíduos e/ou grupos sociais que passam a realizar pesquisas autônomas, motivados pela busca de alternativas à hegemonia científica na interpretação e intervenção sobre suas vidas, ou para interrogar as ações de corporações privadas ou do Estado em que essas populações são afetadas de maneira negativa.
Em terceiro lugar, nossa projeto justifica-se pelo necessário desenvolvimento de uma reflexão e práticas alternativas relativas ao uso das tecnologias digitais de comunicação, tanto para a educação, como para a pesquisa científica e o uso cotidiano desses dispositivos. Frequentemente, utilizamos as TICs de maneira instrumental, sem reconhecer sua especifidade e complexidade nos processos comunicacionais. Com isso, perde-se facilmente, os potenciais instalados em termos de usos mais criativos. Para que não sejamos ‘aparelhados’ pelos dispositivos tecnológicos, é importante que sejamos capazes de ‘subverter’ e ativar outras possibilidades de uso e apropriação. A opção pelo software livre é, neste caso, uma questão tanto metodológica quanto política.
'Fundamentação Teórica
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A relação entre educação e tecnologia é atualmente marcada pelo convívio de situações extremas. Ao lado de casos de completa proibição do uso de qualquer dispositivos eletrônico-digital pelos estudantes na escola, há experiências relevantes de utilização das tecnologias de comunicação digital para ampliar o acesso à informação e à formação educacional, e mesmo importantes políticas públicas no âmbito do Governo Federal brasileiro que têm instituído mecanismos que articulam a educação presencial à educação à distância através dessas tecnologias. Como afirma Miranda (2001), talvez seja o momento de, mais do que questionar como podemos utilizar as tecnologias de comunicação digital para a educação, interrogar como essas tecnologias já estão nos educando.
Há diversos fatores que determinam a ‘ecologia de cognitiva’ de uma época, de forma que certos saberes, práticas culturais e modos de organização social terão mais chances de se reproduzir do que outros, favorecendo modos de conhecimentos distintos e os valores que lhe são correspondentes (Levy, 1998). No âmbito das tecnologias digitais em redes cibernéticas, tal configuração resulta de um embate, político por excelência, que define as condições de comunicabilidade e uso desta tecnologia em suas várias camadas: (1) composições da linguagem (software) e da interface visual que afetam os modos de interação social, percepção-sensação e subjetivação; (2) produção, circulação e qualidade do conteúdo propriamente dito (textos, imagens, sons etc) veiculado através da rede, que se relaciona às configurações da cultura, imaginário, práticas e valores sociais; (3) a propriedade dos meios e objetos que regula a produção, circulação e acesso aos bens imateriais; configurações dos protocolos técnicos que regulam as condições da comunicação; modelo de gestão e marco jurídico nacional e internacional responsável pela infraestrutura e governança da Internet.
Todas essas três camadas atuam, com maior e menor intensidade, sobre qualquer prática social que se realiza através desses dispositivos tecnológicos. Na medida em que tais processos não são reconhecidos, sua importância é muitas vezes ignorada tanto pelos atores envolvidos na utilização dos dispositivos digitais, como pelos responsáveis pelas políticas públicas que promovem a difusão de práticas educacionais mediatizadas.
Do ponto de vista científico e social, desenvolver e experiencar práticas alternativas de uso e apropriação tecnológica, contribuirá para a elaboração de dinâmicas sócio-culturais e também educativas, mais adequadas ao atual contexto, bem como para o fortalecimento dos atores e comunidade envolvidas, empoderando-os na produção de pesquisas, diagnósticos e práticas sócio-culturais relativas aos seus próprios problemas.
Uma melhor compreensão desta mutação em curso também contribuirá para um posicionamento crítico da Universidade no interior desses processos, fortalecerá sua relação com a comunidade do entorno e poderá indicar caminhos que integrem de maneira mais criativa e autônoma essas tecnologias às atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Na medida em que esses dispositivos relacionam-se a uma profunda modificação das fronteiras entre diferentes esferas da vida social (trabalho e não-trabalho, local-global, presença-ausência, público-privado-intimidade), pretendemos investigá-los e experimenta-los justamente a partir deste transbordamento.
Ou seja, em que condições o uso dessas tecnologias podem potencializar uma relação reflexiva e crítica sobre a própria vida cotidiana? A partir daí, como podemos utilizar essas tecnologias para conhecer e produzir diagnósticos expressivos sobre a realidade em que estamos mergulhados? Nossas atividades de extensão e pesquisa buscar articular dois eixos de problemas relativos à expansão das tecnologias digitais na vida social.
(a) Dimensão Humano-Máquina: refere-se aos fenômenos decorrentes da interação entre sujeito e dispositivo de comunicação eletrônico-digital, em especial, relacionados ao impacto dos softwares e suas interfaces sobre as interações sociais mediatizadas. Que programas são utilizados pelos pessoas? Como cada programa se relaciona à emergência e configuração de práticas sociais e expressões culturais e identitárias?
Os dispositivos de comunicação digital funcionam como aparelhos que (in)formam, mas não determinam, os modos de interação social, subjetivação e pensamento, bem como as possibilidades de codificação e interpretação que ocorrem através deles. No âmbito das relações mediatizadas modifica-se a tensão entre os modos de subjetivação autônoma, as possibilidades de interação colaborativa versus os modos de subjetivação “aparelhada”, decorrentes das pré-configurações das máquinas cibernéticas (Couchot, 1998; Machado, 2007; Manovich, 2001).
O código na computação é simultaneamente técnico e social. Técnico na medida em que contém um conjunto de procedimentos e regras de execução, social na medida em que conforma as possibilidades de uso e relacionamento com o humano (Galloway, 2004).
(b) Dimensão Sociedade-Tecnologia: as possibilidades de interação e colaboração em redes distribuídas contribuem para a formação de novas sociabilidades, modos de organização social, cultural e econômica. Como essas tecnologias participam da vida dessas pessoas, que modos de conhecimento estão sendo agenciados, que práticas e valores sociais e culturais são fomentados? Como interrogá-las criticamente e integrá-las às práticas de pesquisa-ação para a produção de um conhecimento contextualizado e crítica sobre a própria realidade em que vivemos? Ao mesmo tempo, como dar expressão sensível e visível àquilo que desejamos comunicar?
'Objetivos
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O ‘Pimentalab: conhecimento local e tecnologias digitais’ busca proporcionar experiências de aprendizagem coletiva e de organização social para o enfrentamento de questões sociais locais. Nossas ações articulam dinâmicas educativas participativas à realização de intervenções sócio-culturais, mediante a utilização de tecnologias digitais orientadas à produção de novos conhecimentos e práticas sociais solidárias.
Tal objetivo desdobra-se em diferentes ações com objetivos específicos, porém, sempre orientados pelos mesmos princípios metodológicos e epistemológicos (trataremos disso no próximo tópico). Apresentamos a seguir, passando do particular/específico ao geral/universal, do técnico ao pedagógico/político, nossos principais objetivos.
1. Desenvolver e difundir junto aos participantes, novas habilidades direcionadas à apropriação tecnológica crítica, que permitam uma utilização mais criativa dos dispositivos de comunicação digital. Tal ação envolve a capacitação dos participantes na utilização dos diferentes recursos que serão utilizados durante todo o processo.
1.1 Introdução à linguagem e técnica fotográfica;
1.2 Técnicas de entrevistas, registro e edição digital de audio;
1.3 Publicação web em softwares livres colaborativos: blogs e wikis;
1.4 Utilização de ferramentas (GPS) e softwares de geoprocessamento (SIG – sistema de informação geográfica);
1.5 Sistematização e organização de dados numa plataforma web colaborativa que reunirá todos o material produzido.
2. Desenvolver e difundir metodologias sócio-culturais de produção colaborativa de conhecimentos através de TICs voltadas à pesquisa social aplicada. Em suma, objetivamos criar e praticar modos outros de se fazer ‘ciência’, uma ‘ciência de bairro’ aplicada. Em especial, ao adentrarmos no universo das tecnologias digitais em redes cibernéticas, confrontamo-nos com inúmeras experiências inovadoras em que a produção colaborativa de conhecimento ocorre lado-a-lado com a reconfiguração dos modos de organização social. Para haver colaboração em redes distribuídas é necessário estabelecer novas formas de participação e gestão do processo decisório, o que implica no desenvolvimento de outras formas de engajamento e participação de todos os indivíduos. Tal objetivo, aplica-se em duas direções.
2.1 Contribuir para a formação continuada de professores da educação básica, através do desenvolvimento de metodologias de pesquisa-ensino alternativas, voltadas à produção de conhecimento local através do uso de tecnologias de informação junto ao publico jovem. Em se tratando do ensino de história, geografia, filosofia e sociologia (ensino de sociologia e formação de professores é a área de atuação do coordenador do projeto dentro do departamento de C.Sociais), interessa-nos experimentar formas outras de relacionar o mundo cotidiano com a produção de conhecimento sociológico.
2.2 Contribuir para a capacitação dos participantes oriundos de organizações sociais/comunitárias para a produção e execução de metodologias de diagnóstico participativo através de tecnologias digitais, visando fortalecer suas estratégias de mobilização e intervenção cidadã.
3. Desenvolver o potencial comunicativo através do estudo e da prática de composição expressiva em diferentes linguagens (textual, sonora e visual) e suportes. Cada vez o sujeito está mergulhado em ambientes multimídia em que as informações fluem de maneira multimoldal. Perceber e apreender como cada uma delas linguagens nos afeta e participa de modos específicos de subjetivação é importante para que possamos desenvolver nossas habilidades de auto-aprendizado (individual e coletivo) crítico. A cidade pode ser considerada um ambiente ‘educador’ na medida em que ela nos insere em diferentes dinâmicas sociais e estéticas que estão permanentemente nos educando. Ao mesmo tempo, como podemos comunicar de forma efetiva aquilo que desejamos? Como as tecnologias digitais em redes cibernéticas, em suas diferentes formas (imagem, texto, som) podem contribuir para a construção de narrativas expressivas?
4. Implementar um laboratório (Pimentalab) móvel capaz de articular pesquisa-ensino-extensão de forma duradoura. Através deste projeto iremos colocar em prática processos que estão no centro de nossas preocupações no campo do ensino e pesquisa científica. Como veremos adiante (tópico 1.6.5), a extensão não é concebida como transferência de conhecimentos, mas sim como ato de coprodução reflexiva, simultaneamente téorico e prática, em que as questões científicas são desenvolvidas por um outro caminho epistêmico, em especial, nas ciências humanas.
5.Desenvolver relações de cooperação entre diversos segmentos sociais existentes no Bairro dos Pimentas. Pretendemos com este projeto intensificar a colaboração e a construção de redes sócio-culturais entre a universidade e o meio em que ela está inserida. Mais especificamente, com relação às escolas públicas do entorno, pretendemos constituir uma rede com aquelas instituições que participem do projeto através de seus professores. Nosso intuito é, no longo prazo, multiplicar esta experiência do Pimentalab de forma a criar no território diversos pontos de apoio que se tornarão novos pontos de formação. Neste sentido, o Pimentalab poderá funcionar como uma Incubadora de experiências que poderão transformar e ampliar esta metodologia de atuação.
'Metodologia e Avaliação
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O projeto ‘Pimentalab: conhecimento local e tecnologias digitais’ é uma plataforma que funciona como um ponto de encontro de processos com direções complementares: de um lado, atua como um vetor de concretização e experimentação de problemas teóricos e práticos relativos aos modos de organização social e produção de conhecimentos numa sociedade crescentemente mediata por tecnologias digitais; de outro, funciona como produtor e disparador de novas questões que interrogam a própria teoria e os saberes instituídos. Sinteticamente, nossas atividades estarão organizadas a partir dos seguintes eixos (detalharemos em seguida):
(1)formação e pesquisa dos estudantes extensionistas;
(2)formação, pesquisa e intervenção do público participantes;
(3)desenvolvimento e capacitação relativo à utilização de tecnologias digitais;
(4)construção do sistema de informação e plataforma web com servidor autônomo em funcionamento (sempre com software livre).
(5)construção e fortalecimento de redes de colaboração e confiança entre diferentes segmentos do Bairro dos Pimentas;
(6)identificação de questões/problemas comuns que irão nortear a produção de diagnósticos participativos;
(7)atividades de imersão no campo para produção da intervenção coletiva;
(8)atividades assistidas à distância (suporte telemático durante períodos de não-presença);
(9)análise, sistematização e produção coletiva dos resultados.
(10)construção da estratégia de comunicação e veiculação dos materiais produzidos (exposição dos resultados e sistema para disponibilização online).
Esses eixos atravessam as 3 fases do projeto: pré-produção, produção e pós-produção.
[Pré-Produção]
A fase de pré-produção do projeto consiste em toda a preparação para que as oficinas (atividades de formação, pesquisa e intervenção com o público participante), possam ocorrer. Neste período, as ações concentram-se na divulgação do projeto; seleção dos bolsistas; formação e capacitação inicial; aquisição, preparação e configuração de todos os equipamentos que serão utilizados; divulgação do projeto junto à comunidade do bairro; inscrição e seleção dos participantes.
Esta fase terá a duração de 3 meses, com dedição de aproximadamente 16 horas semanais, totalizando 192hs de trabalho.
Do ponto de vista do ensino e pesquisa, orientamo-nos aqui por uma concepção de conhecimento constituído de maneira reflexiva na ação, simultaneamente experiencial (Jorge Larrosa, Walter Benjamin, ) e sócio-histórico (Paulo Freire). Em se tratando da formação dos estudantes extensionistas, em especial aqueles que também se dedicarão à docência na educação básica, a prática do professor-pesquisador constitui-se como mecanismo fundamental do seu percurso formativo profissional (Maurice Tardif). Ao mesmo tempo, com relação às metodologias de ensino voltadas à educação básica (por isso também nosso interesse em trabalhar com professores de escolas pública), temos desenvolvido uma reflexão sobre a necessária articulação da vida cotidiana dos alunos aos modos de produção do conhecimento sociológico. Trata-se, de uma abordagem que está na interface dos estudos da etnometodologia (Harold Garfinkel), da sociologia da ciência-tecnologia (Bruno Latour) e da sociologia fenomenológica (Alfred Schutz). E nesta confluência que temos procurado gestar outros modos de conhecimento que nascem da articulação ensino-pesquisa-extensão, onde os saberes ‘comuns’ e cotidianos tensionam e transformam as formas de conhecer instituídas. Nesta fase inicial do projeto, implantaremos duas formas de monitoramente e avaliação do processo (ver tópico seguinte:
(1) registro de todas as atividade realizadas numa plataforma colaborativa wiki);
(2) utilização de um software livre de gestão de projetos (OpenAtrium).
[Fase Produção]
A fase de ‘produção’ abrange a execução das oficinas propriamente ditas. Este período terá a duração de 5 meses. Nesta fase os executores do projetos terão: (1)atividades internas de preparação e planejamento; (2) organização e mobilização no campo de intervenção sócio-cultural; (3) organização e publicação das informações; (4) suporte telemático aos participantes das oficinas; (5) realização presencial das oficinas; (6) trabalho de campo junto aos participantes. Estimamos aqui uma dedicação mínima de 12hs e máxima de 16hs por semana, totalizando, aproximadamente 320hs. Com relação às atividades com o público participante teremos em cada semana: (1) atividades presenciais de formação (4hs); (2) atividade de pesquisa de campo (4hs); (3) atividades de organização e publicação online com suporte telemático (4hs).
O programa formativo das oficinas orienta-se pelas seguintes abordagens teóricas. No campo da sociologia da tecnologia interessa-nos discutir os aspectos sócio-políticos que pré-informam o desenvolvimento tecnológico (Laymert Garcia dos Santos); as reflexões sobre as formas de produção colaborativa de conhecimentos em meios digitais são outros eixo de problematização (Yochai Benkler e Eric Raymond); e por fim, a relação mais imediata entre o humano e as linguagens multimídia constituem uma linha importante de reflexões para abordarmos nossa relação com as imagens, textos e sons, bem como desnaturalizar a sua produção (Vilem Flusser, Arlindo Machado, Lev Manovich). A avaliação desta fase será processual (durante toda a execução da oficina), mas também ao término de cada sessão e ao final da oficina (descrição da avaliação no próximo item).
[Pós-Produção]
Ao término das oficinas iniciaremos uma fase de sistematização, análise, tratamento das informações e publicação dos resultados. Esta fase é de fundamental importância para que a riqueza dos conhecimentos produzidos neste longo processo seja devidamente formalizada e traduzida de forma expressiva. Esta fase também envolverá os participantes das oficinas na co-produção e co-avaliação, de forma a empodera-los na apropriação metodológica e dos resultados alcançados.
Da mesma forma, acreditamos que este projeto irá desenvolver ações que coloquem em diálogo a produção de conhecimentos e as práticas desenvolvidas no interior da universidade com os desafios sociais e políticos da nossa sociedade, tanto através de experimentação de iniciativas singulares como através de novos subsídios teóricos e empíricos gerados no percurso de extensão, que poderão contribuir para a elaboração de políticas públicas para o setor.
'Relação Ensino, Pesquisa e Extensão
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O projeto ‘Pimentalab: conhecimento local e tecnologias digitais’ está diretamente relacionado às nossas atividades de ensino e pesquisa. É através dele que nossas questões e ações no campo do ensino e pesquisa adquirem novos contornos.
Do ponto de vista curricular a extensão insere-se no quadro das atividades complementares, devidamente reconhecidas com carga horária específica (200hs equivalente a 13 créditos). Cito aqui, nosso Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Sociais:
‘A relação das Atividades Complementares do Curso de Ciências Sociais procura contemplar os três eixos básicos de formação acadêmica do cientista social – pesquisa; ensino; planejamento, consultoria, formação e assessoria – e, ainda, a formação cultural do futuro profissional. As Atividades Complementares, acompanhadas das suas respectivas cargas horárias, estão agrupadas, no quadro abaixo, nas seguintes modalidades: Iniciação à Pesquisa e ao Ensino; Extensão Acadêmica e Aprimoramento Profissional; Extensão Cultural.’ (PPC – Ciências Sociais, 2010).
O projeto ‘Pimentalab’ também está diretamente articulado ao campo disciplinar de atuação do proponente. Podemos constatar, nos objetivos gerais e específicos da disciplina ‘Sociedade e Tecnologias Digitais: estudos em cibercultura’ oferecida pelo proponente, a maneira como os problemas tratados na extensão são aqui tratados:
'Objetivo Geral
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Conhecer e investigar as relações entre as tecnologias de informação e comunicação e a dinâmica social, cultural, econômica e política.
'Objetivos Específicos
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(a) Examinar diferentes aspectos teóricos da relação entre tecnologias digitais e sociedade, em especial a constituição sócio-política dos dispositivos técnicos; (b) Problematizar as transformações introduzidas pelas tecnologias digitais nas seguintes dimensões: interação social cibermediada e modos de subjetivação; produção, difusão e acesso à cultura; produção colaborativa de conhecimentos; regime visual; trabalho e economia digital; política e poder.’ (Plano de Ensino – Sociedade e Tecnologias Digitais, 2012).
Neste semestre o curso está sendo todo desenvolvido utilizando-se como plataforma colaborativa o projeto Wikiversity, mantido pela Fundação Wikipedia. O curso está disponível online neste link: http://pt.wikiversity.org/wiki/Sociedade_e_Tecnologias_Digitais/2012 Mais especificamente, na pesquisa científica, o projeto de extensão articula-se às preocupações do ‘TransMediar’, coordenado pelo proponente deste projeto. Apresento, a seguir, a descrição do TransMediar (http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0062702EOV4GQX): ‘Nossas atividades de pesquisa e extensão, convergem para a exploração das relações entre as tecnologias de comunicação e as transformações sociais, políticas e culturais. Os principais campos de investigação estão distribuídos em diferentes linhas de pesquisa que fomentam interconexões entre seus objetos:
(1) Conhecimento, Cultura e Tecnologias de Comunicação: transformações nas formas de produção, difusão e acesso ao conhecimento e bens culturais mediante o impacto das tecnologias digitais. Análise das transformações sócio-organizacionais (instituições e práticas não-formais, redes sociais e ações coletivas); dinâmicas sócio-econômicas de produção-acesso aos bens culturais (economia imaterial, commons, capitalismo informacional).
(2) Vida Social, Poder e TICs: investigação das características sócio-técnicas dos dispositivos de comunicação e seu impacto na vida social. Análise das transformações da sociabilidade em redes cibernéticas; nos modos de subjetivação/identificação; das fronteiras entre o público e o privado; do trabalho e do não-trabalho; das configurações do poder e das novas formas de dominação, resistência e ativismo político.
(3) Imagem, Modos de Conhecimento e TICs: investigação das formas de produção de conhecimentos mediante o uso de tecnologias visuais, dispositivos móveis e de georreferenciamento, práticas de pesquisa-ação e produção colaborativa (teoria dos medias, estudos culturais, estética e política, educação e tecnologia).
(4) Sociologia da Comunicação e Cultura: investiga-se o desenvolvimento da Sociologia da Comunicação no Brasil, compreendida como área específica do conhecimento. As pesquisas abarcam: o levantamento da produção científica, identificando sujeitos, objetos e grupos que se dedicam ao estudo dos meios de comunicação em perspectiva sociológica; a análise sobre os domínios e fronteiras científicas trazidos pela constituição do campo da ciência da comunicação; a exploração histórico metodológica do panorama de estudo de tais objetos. (TransMediar – http://blog.pimentalab.net/pesquisa/)’
Finalmente, é importante frisar que a proponente deste projeto participou da elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional da Unifesp (PDI), tendo colaborado especificamente no desenho da Plataforma de Tecnologias Digitais aplicadas às Ciências Humanas, cuja natureza foi assim descrita: ‘Laboratório de Tecnologias Aplicadas às Ciências Humanas Espaço para aplicação de tecnologias da informação e comunicação (TIC) às atividades de pesquisa, ensino e extensão no campo das Ciências Humanas. Este centro visa promover a utilização de TICs nas análises sociais, históricas e espaciais, bem como estimular a produção colaborativa e a difusão de conhecimentos científicos mediante a utilização destas tecnologias em suas diferentes linguagens (texto, imagem, audiovisual e multimídia). (PDI – Unifesp – 2010/2011).
'Avaliação
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Pelo Público
(1) Avaliação processual ao término de cada sessão/módulo da oficina, através de discussão presencial e manifestação escrita privada.
(2) Auto-avaliação através da análise de todo o material produzido individualmente e coletivamente pelos participantes.
(3) Avaliação final através de questionário qualitativo individual.
(4) Discussão e sistematização coletiva sobre os materiais produzidos e sobre o percurso realizado.
Pela Equipe
(1) Avaliação processual (dos monitores e da gestão), através de uma dinâmica de sistematização e organização das informações num sistema online de registro das atividades realizadas. Utilizaremos um software livre wiki (PmWiki) para o registro colaborativo de todo o processo e um software livre de gerenciamento de projetos (OpenAtrium).
(2) Avaliação coletiva mediante reuniões de análise e planejamento.
(3) Avaliação final através da análise de todo material produzido individualmente e coletivamente que se traduzirá em: relatório final e um sítio-web.
'Plano de Trabalho do(s) Bolsista(s)
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Carga Horária Semanal: 16 hora(s)
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Objetivos
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(a) ampliar os percursos de formação do estudante, potencializando as inter-relações entre os aspectos teóricos, práticos, ético-políticos, estéticos e sociais da ação educativa.
(b) oferecer trajetórias múltiplas de integração da extensão com a pesquisa e o ensino apreendido durante a graduação.
(c) desenvolver conhecimentos e habilidades específicas relacionadas à inter-relação (e não mera aplicação) dos conhecimentos acadêmicos ao mundo social.
(d) desenvolver conhecimentos e habilidades específicas relativas ao domínio de softwares livres voltados à produção colaborativa, gestão informacional e comunicação multimídia.
(e) contribuir para a produção e sistematização de conhecimentos voltados à compreensão e ao enfrentamento dos problemas locais investigados.
'Atividades a serem desenvolvidas/Mês
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Fase de Pré-Produção:
(1)divulgação do projeto no Bairro dos Pimentas;
(2)visitas de sensibilização junto aos possíveis participantes;
(3)formação e pesquisa relativa aos conteúdos que serão trabalhados;
(4)capacitação técnica no uso de softwares livres;
(5)alimentação do sistema de monitoramento/avaliação do projeto;
(6)organização do material didático;
(7)participação das atividades de planejamento;
(8)suporte na seleção dos participantes.
Fase de Produção:
(1)atividades internas de preparação e planejamento;
(2)mobilização no campo mantendo comunicação contínua com participantes e suas bases;
(3)organização e publicação das informações no sistema de monitaramento;
(4)suporte telemático aos participantes das oficinas;
(5)realização presencial das oficinas;
(6)acompanhamento na realização do trabalho de campo junto aos participantes.
(7)participação das atividades de planejamento;
(8)participação em seminários relacionados ao Projeto de Extensão.
Fase Pós-Produção:
(1)Registro, análise e sistematização das informações produzidas;
(2)Elaboração do relatório final de atividades;
(3)Avaliação do projeto e de sua participação;
(4)Publicação online dos resultados finais do projeto;
(5)Participação em seminários relacionados ao Projeto de Extensão.
(6)Divulgação de todos os resultados juntos à comunidade dos participantes envolvidos no projeto.