Encontro Oficina Tecnologias Digitais 16_06_2014
Como determinado em grupo no encontro anterior, no encontro do dia 16 realizado numa manhã de segunda-feira no campus Guarulhos da UNIFESP, trabalhamos com os dados coletados sobre a identidade virtual dos outros participantes, nossos “amigos secretos”, assim como sobre os grafos produzidos com o Gephi, através de nossa rede de relações no Facebook cujos dados foram baixados com o Netvizz.
Na primeira parte do encontro cada um dos participantes presentes desvendou seu “amigo secreto”, apresentando o modo como coletou as informações, ou seja, a metodologia escolhida. Suas percepções sobre a relação de cada um dos “pesquisados” com a questão da privacidade, da fronteira entre público e privado e do modo de construção e apresentação da identidade na rede propuseram algumas questões mais específicas e levaram a algumas conclusões iniciais.
Para a maioria das pessoas parece que o padrão de identidade fora das redes sociais era essencialmente profissional ou nas fronteiras desse campo, como por exemplo a formação, com muitas informações importantes e formais das pessoas, como números de RG e CPF, sendo obtidas através dos rastros de concursos prestados e seleções de vestibulares, etc., dentre outros documentos oficiais. No contraponto a esta dimensão estavam, em praticamente todos os casos, as redes sociais, mas de maneira mais específica o Facebook, no qual uma identidade mais pessoal ou íntima era apresentada. Nesse ponto uma interessante questão abordada foi o papel do outro na construção dessas identidades, e de uma outra forma, mas ainda a respeito da mesma questão, estava o controle que possuímos nessa construção de nossa identidade na rede, já que na construção dessas memórias coletivas os dados que nos dizem respeito muitas vezes estão sob o domínio de terceiros e vice-versa.
A partir disso, a questão da tecnologia se fez presente como uma maneira de qualificar essas formas de produção de narrativas por dois motivos em especial: a rastreabilidade e controle sobre esses dados que hoje constroem nossa identidade, e seu condicionamento através de algoritmos, que determinam de antemão um campo de possíveis conteúdos a serem acessados. Esse campo “algorítmico” contribui para a expressão dessas aspectos que configurariam tais identidades, construindo assim um perfil já direcionado, que possui suas próprias implicações no que diz respeito aos usos que podem ser feitos dessas informações, como por exemplo indiciais. O modo como as pessoas lidam então com esse aspecto da “exposição” também pode ser colocado em função de outros critérios, como por exemplo a idade dos usuários, com as crianças e adolescentes como grupos que, lidando de maneira naturalizada com as tecnologias digitais, estariam dentre os mais “vulneráveis” no que diz respeito a esse aspecto.
Depois dessa análise, falamos sobre o uso do Netvizz e do Gephi para a elaboração dos grafos que representam nossa rede de relações no Facebook, e também sobre os possíveis usos que poderíamos fazer dele enquanto ferramenta de pesquisa, para abordar as questões relacionadas à sociabilidade e tecnologias digitais.
Por último trabalhamos em algumas hipóteses sobre o que poderíamos realizar de maneira mais concreta a partir das questões e dados levantados no encontro.
Confira abaixo os grafos da rede de relações dos participantes do segundo encontro da oficina: